O lixo eletrônico: do descarte ao gerenciamento de resíduos

O Brasil está entre os maiores produtores de lixo eletrônico do mundo. Estima-se que cerca de 1,5 milhões de toneladas são produzidas anualmente e, nem sempre, o descarte e o gerenciamento de resíduos são realizados de maneira correta.

Isso desenvolve muitos problemas, entre os quais, o acúmulo de componentes e substâncias perigosas, que geralmente compõem os aparelhos eletrônicos, como o mercúrio, cádmio e o chumbo.

As consequências incluem a poluição de recursos naturais e, até mesmo, a contaminação de seres humanos, por serem elementos nocivos à saúde.

O descarte de resíduos eletrônicos e o gerenciamento do lixo são previstos na Lei n°12.305/10 de Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o sistema de logística reversa para a administração residual eletrônica.

Além disso, a lei também sistematiza as formas de tratamento do lixo eletrônico, como uma das medidas de controle e de preservação ambiental.

Descarte, coleta e gerenciamento do lixo eletrônico

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o gerenciamento de lixo eletrônico e as estratégias de logística reversa são uma forma de minimizar os impactos à natureza e colaborar com o desenvolvimento sustentável.

Dessa forma, o tratamento dos resíduos eletrônicos consiste na separação dos componentes e, finalmente, a execução de ações de reciclagem, para o reaproveitamento de materiais que compõem os aparelhos eletrônicos.

Entre os materiais que podem ser coletados para o reaproveitamento, destacam-se:

  • Os metais;
  • Os plásticos;
  • Os vidros;
  • Os papéis.

Os componentes que não são passíveis de reciclagem, devem ser coletados e descartados nos locais apropriados, segundo a legislação brasileira.

Para verificar se um material pode ou não ser reciclado, o resíduo passa por uma primeira etapa de tratamento, que irá fazer a separação dos elementos. Esse processo pode ser feito por separação química (por meio de reações), por forno calcinador e queima de produto, moagem ou secagem.

Independentemente do método, é importante que o lixo reciclavel seja devidamente separado, em especial, das substâncias nocivas, para não sofrer contaminação.

É preciso ter uma atenção cuidadosa com resíduos eletrônicos que não podem ser reciclados, como por exemplo, aparelhos descartáveis de uso médico e equipamentos com elementos radioativos. Esses produtos devem ser destinados de forma correta e não misturados com outros tipos de resíduos.

Desse modo, antes de enviar qualquer resíduo para a reciclagem, incluindo o lixo eletrônico, é preciso realizar a coleta seletiva, ou seja, verificar quantitativamente e qualitativamente o perfil dos resíduos sólidos gerados. Com isso, é feita a separação dos resíduos e a correta destinação, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Como descartar corretamente o lixo eletrônico?

O primeiro passo para descartar corretamente o lixo eletrônico é realizar a separação do mesmo, ou seja, a coleta seletiva. Ela pode ser feita dentro de casa, diferenciando os aparelhos de outros tipos de lixo, como os resíduos orgânicos. Depois disso, o lixo eletrônico deve ser levado aos locais apropriados de descarte.

Em geral, existem algumas empresas que recolhem lixo eletrônico, e as pessoas podem entregar os resíduos diretamente nos estabelecimentos. Ou então, colocar os materiais descartados nos locais de coleta, que as mesmas empresas farão o recolhimento.

Esses pontos podem ser encontrados em shoppings, em lojas de fabricantes de equipamentos, em escolas, universidades e entre outros.

A partir da coleta pelas empresas, o lixo eletrônico é novamente separado e é feita a logística reversa para o reaproveitamento. É importante não deixar os resíduos eletrônicos jogados em qualquer lugar, nem mesmo realizar o descarte em lixos convencionais.

Pilhas e baterias possuem pontos de descarte especiais. Ou seja, é preciso verificar a política de cada cidade, bem como a disponibilidade dos pontos de coleta. Esses componentes se diferenciam dos outros tipos de aparelhos eletrônicos devido à presença de contaminantes em seu interior.

A coleta, a destinação e o gerenciamento de lixo eletrônico são parte de um grande projeto de compensação ambiental, ou seja, são estratégias sustentáveis, que se inserem como mecanismos financeiros para contrabalançar os impactos ambientais ocorridos ou previstos no processo de licenciamento ambiental.

As políticas de compensação ambiental são extremamente importantes para a consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), em conformidade com o Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Dessa forma, é possível ajudar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.